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Diretriz

Diretriz

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às perguntas que originaram as evidências que fundamentaram a

presente diretriz.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:

A

: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.

B

: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.

C

: Relatos de casos (estudos não controlados).

D

: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos,

estudos fisiológicos ou modelos animais.

OBJETIVO:

Auxiliar o médico que faz atendimento primário a reconhecer,

orientar e tratar o abuso dos benzodiazepínicos.

CONFLITO DE INTERESSE:

Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração

desta diretriz estão detalhados na página 19.

INTRODUÇÃO

Os benzodiazepínicos (BZDs), que devem seu nome à sua estru-

tura molecular, constituída por um anel benzeno, foram sintetizados

por Leo H. Sternbach na metade do século passado, que observou um

efeito anticonvulsivante e de controle da agressividade em animais

de laboratório. Foi classificado como uma substância de baixa toxici-

dade e, portanto, segura. A empolgação inicial com a descoberta deu

lugar à preocupação quando os primeiros pesquisadores alertaram,

no final de década de 70, para os riscos de dependência, sintomas de

abstinência e potencial abuso1(d). Medidas restritivas levaram a uma

diminuição substancial no uso de BZDs, e de outro lado, um temor

exagerado da opinião pública.

O uso atual dos BZDs é considerável: estima-se que 50 milhões

de pessoas façam uso diário, sendo maior a incidência em mulheres

acima de 50 anos com problemas médicos e psiquiátricos. Atualmen-

te 1 em cada 10 adultos recebem prescrições de BZDs a cada ano, a

maioria por clínicos gerais2(d). Os BZDs são responsáveis por cerca

de 50% de toda a prescrição de psicotrópicos3(B). Estima-se que cada

clínico tenha em sua lista 50 pacientes dependentes de BZDs, metade

destes gostariam de parar o uso e, no entanto, 30% pensam que o uso

é estimulado pelos médicos4(d).

O momento atual é de revisão e readequação quanto às

potencialidades e aos limites destas medicações. São de considerável

eficácia tanto no controle da ansiedade, como co-adjuvantes

na farmacoterapia de diversos transtornos psiquiátricos como

Transtornos de Ansiedade, Psicóticos, do Sono, na Depressão,

na Mania, e na Síndrome de Abstinência Alcoólica, Cocaína e de

outras drogas psicotrópicas. Como podem produzir tolerância e

dependência, sua aplicação deve ser bastante criteriosa5-7(d). Em

função desta propriedade, outras substâncias foram produzidas,

mas já são encontrados casos na literatura de uso de altas doses e

dependência dos novos hipnóticos não-BZDs como o Zopiclone8(C).