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Diretriz

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Os efeitos colaterais podem ser evitados por meio do uso de doses

baixas por tempo limitado, por exemplo, quatro semanas. O uso de

BZDs em baixas doses por tempo prolongado pode ser necessário em

alguns pacientes e não deve ser considerado como dependência

26(D)

.

Desse modo, a indicação do uso do medicamento deve estar clara

assim como a dose e o tempo de prescrição.

RECOMENDAÇÃO

O uso de benzodiazepinicos deve ser feito sob cuidados medicos

e avaliado o custo beneficio de tal prescrição, incluindo dose e tempo

de uso. Deve-se evitar seu uso prolongado (mais de três meses), pois

isto aumenta a possibilidade de tolerância e dependência, de acordo

com predisposição genética, uso de outras medicações e álcool, além

de características da personalidade

25,26(D)

.

3. OS BENZODIAZEPÍNICOS TÊM EFICÁCIA PARA O

TRATAMENTO DA INSÔNIA CRÔNICA?

Insônia é uma doença com alta prevalência. Varia com a idade e

é mais freqüente no gênero feminino que masculino. Na população

americana entre os 18-65 anos a insônia afetou 31-38% das pessoas

durante um ano; entre 65 -79 anos há aumento para 45% de casos.

Entre os idosos acima de 65 anos a prevalência de insônia variou de

23-34%, dos quais 7-15% dos casos foram considerados como insônia

crônica

27(B)

Insônia tem sido definida como uma síndrome que causa não

somente sintomas noturnos, mas tambémdiurnos. O sintoma referido

de sono não restaurador pode ser piorado pelo efeito residual dos

BZDs de meia vida mais longa, o que pode agravar os sintomas

diurnos em pacientes com insônia.

Os BZDs são sabidamente ineficazes para o tratamento da

insônia crônica em longo prazo, pois  levam a uma série de alterações

da arquitetura do sono, especialmente no uso crônico, o que

contraindica seu uso para este propósito

27(B)

.  Dentre as alterações, há

uma diminuição do sono de ondas lentas e em menor grau do sono

REM, e, existe tolerância para o efeito promotor do sono, exceto pela

manutenção do aumento dos fusos do sono, cujo significado não é

claro.Alémdisso, osonotendeasermenos reparador

28(D)

. Otratamento

deste transtorno deve ser realizado a partir de um diagnóstico causal

correto.  A insônia primária parece ser a mais freqüente na população

geral, porém, devido a problemas metodológicos de investigação

de tal diagnóstico, estima-se que a insônia pode ser um transtorno

secundário a diversos fatores individuais e ambientais.

Benzodizepinicos (BZDs) frequentemente são utilizados para

tratamento de insônia, sendo que cerca de 37% dos usuários crônicos

de BZDs iniciaram seu uso por apresentarem insônia

29(B)

. Nos

consensos internacionais sobre tratamento de insônia, os BZDs não

são drogas de primeira escolha

30(D)

. Na Classificação Internacional

dos Distúrbios do Sono

31(D)

o uso crônico dos BZDs é referido como

causa de insônia, juntamente com uso de estimulantes do sistema

nervoso central.

Estudar efeitos de sedativos-hipnóticos em longo prazo é

importante, pois a insônia é um transtorno crônico

32(D)

. Portanto

drogas que são seguras e efetivas em longo prazo serão preferidas

para tratar insônia

33-35(B)

. Essa tendência de redução de uso dos BZDs

para insônia é relativamente recente, um levantamento ao longo de

10 anos do

National Therapeutic Index

mostra que o uso de BZDs caiu

em 53,7% enquanto que o uso de antidepressivos (ADs) sedativos

aumentou em 146%

36(D)

. Atualmente a tendência de uso favorece

os novos agonistas do receptor GABA-A ou drogas Z

37-39(D)

. Terapia

cognitiva comportamental facilita a interrupção do uso de BZD em

pacientes com insônia crônica

40(A)

.

Os BZDs afetam a estrutura do sono de vários modos: a)

inicialmente aumentam o tempo total de sono e reduzem a latência

para início do sono, com diferença de média ponderada de -10 min

(IC 95% -16,6 – 3,4), b) aumentam o estágio 2 do sono não-REM (fase

intermediária do sono que ocupa 50% do tempo total de sono), com

diferença de média ponderada de -19,6 min (IC 95% -23,9 -15,3)

41(A)

;

reduzem o sono de ondas lentas (fase profunda do sono), aumentam

a latência para o sono REM, reduzem a densidade de movimentos

oculares rápidos no sono REM e pouca alteração na percentagem

de sono REM (outra fase que pode ser considerada profunda do

sono). Além disso, c) os BZDs também alteram o EEG durante o