Diretriz
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desenvolvimento neuropsicomotor. Contudo, os BZDs, quando
usados por um período prolongado durante a gravidez, podem
afetar adversamente o neonato e, como outras substâncias com
ação sobre o sistema nervoso central, são potenciais teratógenos
neurocomportamentais. Assim, o seu uso deve ser evitado a restrito
somente às raras situações nas quais o benefício terapêutico para a
mãe sobrepõe-se ao seu potencial risco para o recém-nascido
64,66(D)
.
O uso de BZDs no primeiro trimestre gestacional pode aumentar
o risco de malformação do tipo lábio leporino
67(C)
. Os estudos
envolvendoousodeBZDs eagestaçãonãosão totalmente congruentes
apresentando disparidades em seus achados
68(C)69(D)
. Alguns estudos
da década de 70 mostraram que bebês expostos ao uso materno de
BZDs no primeiro trimestre da gestação tinhammais chance de nascer
commalformações cardíacas, lábio leporino, mas não havia nenhuma
“síndrome” associada, porém estudos posteriores não evidenciaram
tal situação. O uso deste tipo de medicação no final da gestação e
durante o parto parece causar mais dano ao feto/neonato podendo
apresentar síndrome de abstinência ao nascimento. Os sintomas
variam de sedação leve, hipotonia e dificuldade em sugar podendo
chegar à cianose e alteração metabólica sendo que os sintomas podem
persistir até meses após o nascimento
69(D)
.
RECOMENDAÇÃO
Ainda não ha estudos que comprovem de fato o risco do uso de
benzodiazepinicos durante a gestação
67(C)
. O medico deve avaliar o
risco e beneficio de tal prescrição e procurar alternativas
26(D)
.
9. QUAL MÉTODO DE TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA
É MAIS EFICAZ: A REDUÇÃO GRADUAL OU A
SUBSTITUIÇÃO POR UM BZD DE MEIA VIDA LONGA?
O melhor método para tratamento da Síndrome de Dependência
de BZDs é a retirada gradual
70(B)
. É o mais prático, mais econômico
e com menos riscos para o paciente. A redução gradual da dose tem
até 6 vezes mais chances de levar a cessação do uso dos BZD com
OR=5,96 (IC 95% 2,08-17,11); enquanto que o uso de psicoterapia
breve a chance é de 4 vezes, com OR=4,37 (IC 95% 2,28-6,40). Não
há benefício em realizar substituição para outros fármacos, pois
praticamente não modifica a chance de interrupção do uso, com
OR=1,30 (IC 95% 0,97-1,73)
70(B)
.
Também conta com a vantagem de
não ser necessário introduzir qualquer nova droga, como no caso da
substituição por outro benzodiazepínico de meia-vida mais longa
71(B)
.
Quanto à retirada gradual, após a motivação do paciente,
feita por meio de um processo firme e empático, é recomendável
estabelecer um cronograma de retirada, com informações por escrito.
Este cronograma deve respeitar o tempo de uso, comorbidades
psiquiátricas (pacientes com Transtorno de Pânico e Transtornos
de Personalidade são mais sensíveis ao aparecimento de quadros
de abstinência) e a motivação do paciente. Geralmente a retirada da
primeira metade da droga é mais fácil que a retirada da porção final.
Assim, em média, é possível retirar os 50% iniciais em um intervalo
de 15 a 30 dias, realizando a retirada dos 50% finais de modo mais
paulatino
72(D)
.
Processos de psicoeducação e psicoterapia podem ser
recomendáveis, a depender da análise apurada de cada caso.
Orientações e psicoterapia em grupo podem ser úteis na motivação
do paciente.
Quando o paciente é dependente de um BZD de meia-vida muito
curta, como é o caso domidazolam, triazolamou de BZDs injetáveis, a
indicação de substituição por BZDs de meia-vida longa (em especial,
diazepam, clonazepam e clordiazepóxido) passa a ser mais indicada.
Nestes casos, é sugerido fazer uma passagem gradual para o BZD de
meia-vida mais longa. Por exemplo, se o paciente é dependente de
30 mg de midazolam (dois comprimidos por dia), é recomendável
que faça a conversão gradual para um BZD de meia-vida mais longa,
como o diazepam, isto é, troca-se umdos comprimidos primeiramente
e, após um período de adaptação, em torno de uma semana; troca-
se o outro comprimido de midazolam por diazepam
72(D)
. Apesar de
bastante utilizado, o método de substituição por um BZD de meia-
vida mais longa não encontrou amparo científico em metanálise
71(B)
.
A redução gradual auxiliada por hidroxizine (50 mg) teve melhor
resposta que a redução abrupta com ou sem hidroxizine (em dose de
25 ou 50 mg) e que a redução gradual isolada ou acompanhada de