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Diretriz

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mentais não diagnosticados e tratados corretamente

62(D)

.

Do ponto de vista psiquiátrico, o quemais preocupa em relação ao

uso crônico de BDZ é o desenvolvimento do quadro de dependência

muitas vezes grave, com síndrome de abstinência característica e que

pode requerer tratamento específico.

Algumas complicações são raras, ocorrendo commaior freqüência

após uso prolongado e podem incluir disfunção sexual, ganho de

peso, alterações de ciclo menstrual, erupções cutâneas, anomalias

hematológicas e agravamento de glaucoma de ângulo fechado. Em

1% dos casos, pode ocorrer a reação paradoxal, com instabilidade

emocional, agitação psicomotora, irritabilidade e confusão mental.

Reações paradoxais são mais freqüentes com o uso concomitante de

álcool

63(D)

.

RECOMENDAÇÃO

Não se devemprescrever benzodiazepínicos por mais do que oito

semanas, pois uso de 12 semanas já se caracteriza como uso crônico,

que deve ser evitado para que não exista o risco de dependência. Os

efeitos colaterais são raros

63(D)

, inclusive o risco de suícidio

62(D)

.

7. QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES MAIS GRAVES?

As complicações mais observadas durante o uso de BZDs são

a tolerância e a dependência, e síndrome de abstinência quando de

sua retirada. Os efeitos dos BZDs são modulados pelos receptores

mediados pelo ácido gama aminobutírico (GABA) e, administrações

repetidas de BZDs podem alterar estes receptores facilitando o

aparecimento de tolerância e dependência. De acordo com

64(D)

os

principais efeitos colaterais incluem a diminuição da atividade

psicomotora, a tolerância, o prejuízo na memória, a desinibição

paradoxal, a dependência e a potencialização do efeito depressor

quando em uso de outras drogas depressoras do sistema nervoso

central como o álcool, por exemplo. O aparecimento da tolerância

aos BZDs não implica no aparecimento de dependência.

Outra questão atribuída ao uso crônico dos BZDs é o déficit

cognitivo

65(D)

. Tal déficit pode estar associado a vários fatores, porém,

um fator considerado importante diz respeito à redução do sono de

ondas lentas em longo prazo, que atualmente tem papel relevante na

memória

28(D)

.

Aumento do risco de mortalidade principalmente em idosos é

outro risco a ser considerado com os BZDs

34,35(B)

.

As alterações na estrutura do sono causadas pelo uso dos BZDs

persistem após longo prazo

43(B)

. Nesse estudo, avaliou-se pacientes

com insônia crônica primária em uso prolongado e continuo de

BZDs por mais de 2 anos. Observou-se que tais alterações no EEG

durante o sono causado pelos BZDs persistiam e que os pacientes

estavam insatisfeitos com seu efeito terapêutico para a insônia. Em

seguida, uma retirada gradual em 2 semanas foi realizada, e nova

polissonografia avaliada. Após 15 dias da última dose ingerida de

BZDs o sono de ondas lentas aumentou significativamente e houve

melhora na eficiência do sono, o que reforça a categoria diagnóstica

do ICSD, 2005, que cita o uso prolongado de BZDs como causa de

insônia.

RECOMENDAÇÃO

São complicações do uso de BZD a tolerância, a dependência e

a síndrome de abstinência.

A dependência dos benzodiazepínicos

pode ser considerada uma das complicações mais graves e deve ser

levada em conta pelo médico assistente. A dependência deve ser

tratada

34,35(B)

.

8. QUAIS SÃOASREPERCUSSÕESDOUSONAGRAVIDEZ

E NO RECÉM-NASCIDO?

Os BZDs estão entre os fármacos mais amplamente utilizados

pela população, tanto de forma prescrita quanto por automedicação.

Apesar de os primeiros estudos sobre a teratogenicidade dos BZDs em

seres humanos terem apontado para aumento significativo na taxa de

malformação congênitas, estudos posteriores não confirmaram este

achado. Em relação a efeitos nas crianças expostas intraútero, apesar

de um risco potencial demonstrado por estudos experimentais, não

há evidências, até o momento, de alterações neurocomportamentais

nos estudos em longo prazo, nos quais instrumentos de mensuração

ainda são limitados para a detecção de alterações tênues no